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Recebo diariamente dezenas de emails de homens e mulheres das mais variadas condições e estratos sociais: Como me libertar de determinada droga dura? Apesar de 99 % dos pedidos de ajuda referirem-se a drogas legais receitadas por agentes autorizados da industria química, a questão é igual para todos. Quer viver ou quer que a vida seja do seu jeito? Se com esta questão o usuário da droga desperta para a realidade e escolhe viver, deixou de precisar de droga.

As drogas legais ou ilícitas são alteradoras de humor, usadas para não se viver a vida tal como ela se nos apresenta (em casos súbitos de extrema violência causadores de descontrolo, as drogas legais são extremamente úteis); ou melhor, foram criadas exatamente para esse fim.

Perante esta realidade, surge uma questão que necessita urgente resposta. Porque é que (segundo a OMS) 1/3 da população da sociedade moderna é usuário de ansiolíticos e antidepressivos?  Porque 33% de nós prefere drogar-se do que viver a vida em pleno?   As causas estarão em cada um de nós, não é culpa do sistema político, da droga, ou da industria da doença. Nem tão pouco motivado pelo caduco sistema de ensino (educação) ou da degradação do capitalismo e da democracia, a precisarem de urgente reciclagem. A chegada a este caos existencial, em que 1/3 do corpo da humanidade reside ao lado da vida usando alteradores de humor, dá que pensar.

E não queiramos tapar o sol com a peneira, justificando ou responsabilizando outros. A responsabilidade é de cada um de nós…, a matéria com a humanidade é feita. Quem usa a drogas para não sentir (vida), e se encontra dependente é o menos responsável pela falta de capacidade imposta pela droga. E é preciso ter-se consciência que por não usarmos drogas dura legais ou ilícitas, não significa que estejamos mais lúcidos.  Há mais formas de nos alienarmos e deixarmos que a vida nos passe ao lado. Mas hoje a mensagem destina-se a alertar todos que estão a passar por contrariedades que abram a mente e que decidam se querem viver ou que a vida seja do seu jeito.

Viver ou querer que a vida seja a seu jeito?

Viver é entrar no fluxo. É acordar a cada dia e, na expectativa, perguntar: o que é que a vida terá para me oferecer de bom hoje? Esta foi a postura que adotei quando conheci as experiências dolorosas do inferno existencial. O resultado foi maravilhoso, primeiro fui resgatado do inferno e de seguida conheci e instalei-me no fluxo da vida maravilhosa. Aproveitando sempre o melhor que sei cada dia totalmente novo que me é apresentado todas as manhãs. Há quem pense que é magia, outros que sou um sortudo, outros pensam que este mundo não existe. Havia outros, que infelizmente já cá não estão, que no princípio diziam: “isso é uma nuvem cor de rosa que ao fim de algum tempo acaba. E depois a frustração é bem pior”. Quando ouvia esses comentários, eu pensava até pode ser verdade, mas ninguém me vai impedir de viver esta experiência paradisíaca. O tempo foi passando e um dia tinha percebido que 10% da minha vida já tinha sido passada no paraíso. Os dias, um de cada vez foram acontecendo e dei com ¼ da minha vida neste estado de felicidade paz e amor agora prestes completar 1/3 da minha existência, tenho pena que já não estejam presentes nesta dimensão quem dizia que este bem-estar iria acabar. Mas quero concluir somente com este pensamento. Mesmo que o bem-estar como eu o sinto acabe neste momento, eu pude experimentar o verdadeiro inferno e o verdadeiro paraíso na minha existência. E doutra forma somente teria experimentado o inferno.

A pergunta é simples e clara; quer viver ou quer que a vida seja do seu jeito?

Com amor até já…

 

António Fernandes

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