Apesar de a ansiedade (medo sem motivo) ser relacionada com doença, ela é a condição para o sofrimento.
“Quinze dias para renovar a ansiedade em serenidade”.
A humanidade e o homem moderno experimentam um paradoxo abismal: quanto mais se abre o horizonte das possibilidades infinitas apresentadas pelas novas tecnologias inteligentes, mais aumenta a onda de inquietação que começa a tomar a dimensão de um Tsunami apocalíptico.
“A bota não bate com a perdigota”. Porque é que perante a perspetiva de um mundo melhor, de uma humanidade mais consciente e responsável, grande parte da humanidade é invadida por pensamentos obsessivos de preocupação, ansiedade, medo, pessimismo, incerteza? Qual é a razão de tanta fantasia negativa? Porque é que a ansiedade se expande descontroladamente como fogo em mato seco? Enquanto a questão for “eles”, o “coletivo”, a humanidade está a olhar para fora “para o problema” e não para dentro para a solução.
É preciso assumir pessoalmente a responsabilidade pela nossa realidade e mudar o foco da questão e perguntar; por que razão estou doente? Que se passa, realmente, com a minha vida? Estas perguntas são essenciais para uma solução perfeita, mas raramente são feitas. Sem estas questões que demonstram o assumir da responsabilidade, qualquer “cura” é fictícia.
Como sair do sofrimento e entrar na serenidade?
A solução é mudar! É urgente mudar o paradigma com que enxergamos e criamos a nossa realidade. Fala-se e apela-se muito à mudança, mas na realidade quando se trata de nós mudarmos, adiamos o mais que podemos, atingindo muitas vezes o esgotamento total. Porquê? Porque fomos educados num paradigma dualista materialista, que apesar de já estar obsoleto e ser a causa básica das doenças psicossomáticas e do sofrimento da humanidade, ainda é sem sombra de dúvida predominante na consciência coletiva, numa época em que a inteligência artificial começa a assumir poder e a 5ª geração tecnológica se enxerga no horizonte.
O que é preciso saber para percorrer o caminho da serenidade?
A realidade é esta… Habita-se num mundo maravilhoso, povoado por pessoas maravilhosas (tomadas pelo medo do novo), com acesso a tecnologia, com a qual podem criar coisas maravilhosas como por magia…, têm também “o Santo Google”, como um universo de informação disponível para todos, com um simples clique, independente da raça, credo ou estrato social todos têm acesso a informação. São às centenas de milhares os sítios e bibliotecas virtuais com acesso e informação de alta qualidade, à medida de todas as mentes e culturas. O folclore new age e os “milagreiros” das soluções alternativas multiplicam-se como fungos, no húmus do sofrimento. Mas a verdade é que a humanidade continua cada vez mais ansiosa, deprimida e doente. No fim de contas… não é por falta de informação ou das “soluções alternativas” à indústria da doença que o sofrimento alastra a cada dia que passa… Porque é que apesar de se ter tudo, a humanidade não está a surfar a onda da alegria, realização, paz e amor?
Vejamos…, vamos com calma. Apesar do caminho da serenidade ser um caminho de alegria e simplicidade, o velho paradigma newtoniano/cartesiano com que formamos a nossa consciência fecha-nos na ilusão da matéria e não nos permite confiar no desconhecido (o novo). Esse medo do “novo/amanhã” (que ainda não é conhecido), está na base de todas as reações de negação à vida, com que criamos todos os nossos males e sofrimento.
Como funciona?
A vida sempre nos dá o que mais precisamos, para crescermos e nos realizarmos. Mas se aquilo que a vida nos dá não ajusta a expectativa de uma mente ignorante, há uma reação de rejeição. É essa reação imediata ao acontecimento (que não está dentro de um conhecimento tacanho confinado ao materialismo dualista), que cria uma poderosa energia conhecida por “STRESS” e ansiedade, com que criamos toda a espécie de sofrimento.
Então vamos lá com serenidade entender a mecânica com que criamos o sofrimento. O mundo já mudou! E disso ninguém tem dúvidas… e o paradigma cartesiano/newtoniano (materialista/dualista), deu lugar ao paradigma quântico (espiritualista/unicista). É aqui que o nó se dá! Porquê? Porque apesar de sabermos que a solução é mudar de paradigma e de que temos toda a informação do novo paradigma no “Santo Google”, jamais poderemos entender com uma consciência materialista/dualista o novo paradigma espiritualista/unicista. Quanto mais quiser entender, menos vai conseguir enxergar. Porque a energia ou espiritualidade da nova era não pode ser pesada, medida ou avaliada. O Bom e Mau, ou o certo e errado já não existem mais, assim como as várias convicções irracionais com que criamos as nossas prisões.
O caminho da serenidade
Porque criamos barreira e convicções irracionais que nos conduzem ao sofrimento?
Sempre que hipotecamos a felicidade por algo já criamos o sofrimento. E não se trata só do absurdo de depender de alguma coisa ou de alguém: «seria feliz se não fosse…,». E cada um tem a sua razão pessoal insuperável que o impede do gozo da felicidade. Mas…, porque vivemos presos no sofrimento das convicções irracionais? O ser humano é amor e não sobrevive sem amor. O amor é a essência que dá vida a forma humana. Todos buscamos o amor, e é nessa busca de amor que, criamos as convicções irracionais. Porquê? É mau procurar amor? Claro que não é mau procurar amor, pelo contrário…, só em estado de amor o ser humano assume a sua condição divina. O ser humano sem amor é como um peixe fora de água e cria convicções sem sentido como: «serei amado e estimado por todos, em especial pela minha família». «Serei perfeito e muito competente». «Preciso ser o primeiro em tudo, para ser amado e admirado». «A minha felicidade não depende de mim, mas da forma como os outros se comportam e das circunstâncias». E muitas mais que serão abordadas no primeiro dia do programa de recuperação para uma vida com qualidade.
Hoje fala-se muito de amor, canta-se o amor, anuncia-se o amor, prega-se o amor, promete-se o amor, mas normalmente referem-se a um amor que fica na casca, não vai à essência. É um amor condicional («se me amares sou feliz…»). Esse Amor material originado no paradigma com que governamos e orientamos a nossa realidade, levou-nos à realidade que cada um de nós experimenta. E ao vazio existencial que mais tarde ou mais cedo irá produzir.
Apesar de a ansiedade ser catalogada como uma doença, ela é a condição que nos leva ao sofrimento. Para sair do sofrimento e viver feliz e realizado, é acima de tudo indispensável abrir-se mão das convicções que criaram aquilo que não nos faz bem.
O texto está longo vou terminar por aqui este texto. Quero terminar lembrando que existe sempre uma solução perfeita e criativa.