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Pensamento Acelerado?

Uma das principais causas deste distúrbio é o excesso de informação a que somos expostos diariamente

Tens dificuldade em relaxar e acalmar o pensamento?

Estás sempre à procura de estímulos, e sentes que precisas cada vez mais de informação para conseguires acompanhar os teus filhos?

A síndrome do pensamento acelerado é uma alteração, identificada por Augusto Cury, na qual o pensamento se torna muito rápido e dificulta a concentração, provoca o aumento da ansiedade e desgasta a saúde física e mental.
Assim, o problema desta síndrome não está relacionado com o conteúdo dos pensamentos, que geralmente são interessantes, cultos e positivos, mas sim com a sua velocidade de processamento.

“O excesso de informações satura o córtex cerebral, produzindo uma mente híper produtiva, agitada, com baixo nível de tolerância, impaciente e sem criatividade”.

Esta é uma condição atual derivada do ritmo alucinante das grandes cidades, com overdoses diárias de informações e obrigações que afetam a nossa saúde emocional e fisica. Depressão, stress, ataques de pânico e nomofobia (medo de ficar sem telemóvel – sim já existe um nome para isso) são outros exemplos de situações que ocorrem cada vez mais frequentemente nas últimas décadas.

Especialistas defendem que a síndrome do pensamento acelerado não é uma doença, mas sim um sintoma vinculado a um quadro de transtorno de ansiedade, devido ao excesso de informação a que somos submetidos diariamente.

As pessoas mais vulneráveis são, geralmente, aquelas que são “obrigadas” a manter-se constantemente atentas, produtivas e sob pressão nomeadamente executivos, jornalistas,  publicitários, professores,  profissionais de saúde, e claro mães (Ok, esta fui eu que acrescentei, mas faz todo o sentido!)

Sintomas da síndrome do pensamento acelerado

É comum entre quem tem a síndrome do pensamento acelerado ter a sensação de estar a ser esmagado pela rotina, com aquela impressão de que 24 horas são insuficientes para cumprir tudo o que se planeia para o dia (eu não digo que são as mães?). Há o sentimento persistente de apreensão, falta de memória, déficit de atenção, irritabilidade e sono alterado. As alterações de humor são outra característica comum.

esgotamento mental de uma pessoa que não consegue desacelerar o pensamento, normalmente converte-se em cansaço físico. Isto porque o córtex cerebral, a camada mais evoluída do cérebro, retira energia que deveria ser utilizada nos músculos provocando uma sensação excessiva de cansaço e falta de vontade para fazer as atividades diárias fora do trabalho.

Consequências

A ansiedade afeta a qualidade de vida em diversos aspetos. As principais características de uma pessoa com síndrome do pensamento acelerado incluem:

  • Dores de cabeça
  • Sensação de cansaço ao acordar
  • Dores no corpo
  • Insónias
  • Queda de cabelo
  • Aumento da tensão arterial.

Além disso, a longo prazo, a ansiedade cronica afeta o bem-estar emocional.

A tecnologia pode ter influencia no síndrome do pensamento acelerado?

Sim, tecnologia é um componente que contribui fortemente para o aumento da síndrome do pensamento acelerado.

Inicialmente, com a popularização da televisão, as crianças começaram a ter menos tempo para se dedicarem aos estudos e os educadores mais dificuldade em influenciar o universo psíquico dos jovens.

Depois apareceram os computadores e jogos electrónicos, que vieram a aumentar os estímulos visuais e cognitivos das pessoas, bem como a possibilidade real de estar sempre em constante pesquisa de conhecimento, muitas vezes supérfluo.

Hoje, as redes sociais são um mundo que oferece um excesso de estímulos e informações. Passar uma noite inteira no Facebook significa uma quantidade absurda de textos (lidos e escritos) e imagens que passam pelo nosso cérebro num curto espaço de tempo. Além disso, ser usuário de redes sociais e grupos pertencentes às mesmas, provoca ansiedade – desenvolve-se a necessidade, e às vezes dependência, de estar em constante comunicação com os demais. (Sim, também se aplica aos grupos de mães!)

Tratamento

Se te identificas com tudo o que foi descrito atrás, então é possível que tenhas síndrome do pensamento acelerado. Nesse caso, é recomendável procurar ajuda profissional.

O melhor remédio é adotar um estilo de vida diferente. Dormir mais, praticar atividades físicas e incluir o lazer na tua rotina diária. Faz pausas, contempla o pôr do sol, ouve  música e lê um bom livro – sem realizares nenhuma outra atividade em simultâneo.

7 dicas para viver melhor e evitar o síndrome do pensamento acelerado.

  1. Procura distrair a mente com coisas que realmente te podem dar prazer. Observa (com olhos de ver) os teus filhos a desenhar ou pintar, abraça mais, beija mais, troca experiências, da carinho e atenção a quem amas.
  2. Põe-te em contacto com a natureza. Faz caminhadas ao ar livre, admira as árvores e os animais, aprecia o silêncio e o vento na cara. Sem gadgets. Só tu.
  3. Pratica desporto. Lê. Conta histórias.
  4. Não exijas demais dos outros (quer seja do marido, filhos ou amigos) nem de ti própria. Isso torna a vida angustiante. Elogia mais, enfatiza as características boas, os pontos fortes de quem está ao teu lado. Relativiza os resultados e valoriza o caminho.
  5. Aprende a relaxar. Pára um momento do dia, esquece tudo à tua volta, respira fundo, liberta o corpo e esvazia a mente.
  6. Perdoa aos outros e a ti própria.
  7. Ri-te. Solta umas gargalhadas. Diz uns disparates. A vida é muita mais divertida a rir, e liberta-nos das energias negativas e das tensões acumuladas no corpo.

Fonte: http://uptokids.pt/saude-e-bem-estar/as-maes-e-o-sindrome-do-pensamento-acelerado/

Imagem: https://pixabay.com/pt/mulher-inverno-feminino-águas-3085698/

Ansiedade, ansiolíticos e o homem moderno

Escrevo este artigo de coração apertado e triste pelo sentimento de impotência por dezenas de apelos aflitos de socorro que diariamente me chegam a mim e à minha equipa. A ansiedade, ou medo sem objeto, está a roubar a vida de 1/3 da população mundial. A maioria queixa-se do sentimento de inutilidade, mentira, derrota e vazio existencial. Esse mal-estar é o reflexo de uma sociedade limitada pela filosofia material e religiosa que obriga através do medo económico à  competitividade, fazendo aos outros o que não desejamos que nos façam. Por outras palavras, ser-se simultaneamente agressor e vítima numa constante luta pela sobrevivência.

O paradoxo…

Apesar da dor do vácuo existencial, preenchido com o sentimento de inutilidade, ilusão, derrota, comum a todos os intervenientes, continua-se dia após dia a lutar contra esse medo (ilusório) sem objeto. E pior, para se aliviar ou não sentir o vazio existencial, que pomposamente chamam ansiedade, procuram-se drogas duras sedantes, em vez de sair daquela luta pela sobrevivência, sem sentido, onde ninguém pode ganhar.

O que é ansiedade?

Ansiedade é medo sem objeto (razão).

Porque aumentam de forma vertiginosa os ansiosos no mundo?

A maior causa de aumento da ansiedade resulta da imaturidade gerada por uma educação limitada à filosofia materialista/dualista. O mundo já mudou, já se vive a era tecnológica e os conceitos da era industrial, ainda usados na educação e formação, já estão caducos para as necessidades e desafios de hoje. Por outras palavras, os princípios e valores que nós mesmos escolhemos como corretos e que outrora (num passado recente) funcionavam bem… hoje não funcionam mais. É urgente mudar…

Mudar o quê?

É urgente o homem e a mulher modernos mudarem o paradigma! Passarem do paradigma materialista/dualista da era industrial, com que foram formatados, para o novo paradigma abrangente da consciência da era tecnológica ou IN- Formação.

O que fazer quando se entra num estado de ansiedade?

Antes de saber o que fazer, é importante falar do ansioso. A ansiedade não cai dos céus aos trambolhões em cima de alguém que está em dia de azar. A ansiedade, assim como tudo, obedece a um conjunto de reflexos pessoais gerados nas mais diversas situações do quotidiano de cada indíviduo. Se na verdade a pessoa já está em estado de ansiedade há que usar em SOS um dos vários métodos ao dispor. Se nenhum procedimento resultar, pode sempre optar por drogar o ansioso em SOS (apesar de não ser um ato muito digno para um ser humano). Mas após drogar o ansioso, o mais urgente é mudar a causa desse sofrimento. Procurar um bom programa de recuperação (vida), para sair da ignorância materialista da competição e entrar na consciência abrangente da criação. Felizmente hoje há muitos programas eficazes de transformação pessoal, acessíveis a qualquer bolsa. Só quem não quer mudar e ser feliz não encontra uma solução perfeita.

Como faz aquele que está preso na dependência de “ansiolíticos”, drogas sedantes?

Não podemos falar de dependência de benzodiazepinas sem falar de toxicodependência e esclarecer que apesar de se dizer que a toxidependência é a peste da era moderna, mais de 90% dos toxicodepentes resultam de drogas legais, receitadas por agentes da indústria química e adquiridas por receita médica em farmácias. Na verdade, a maioria dos pedidos de ajuda vêm de pessoas desesperadas (toxicodependentes de drogas legais de ambos os sexos).

Como faz o que deseja viver livre (sem droga)?

Apesar de existirem muitas drogas lícitas e ilegais no mercado, estamos aqui a referirmo-nos às benzodiazepinas, com o vulgar nome de calmantes ou pomposamente ansiolíticos. Seja qual for o nome que se dê a esta droga receitada pelo agente da indústria química, é preciso saber que as benzodiazepinas não tem qualquer efeito terapêutico. O seu único e exclusivo efeito é sedar (dopar, drogar), por outras palavras, tirar a capacidade de sentir e agir. Quem as usa aos poucos vai perdendo o contacto com a vida.

Estas drogas apesar de possuírem um grande poder dopante, também tornam rapidamente dependentes a maioria dos seus usuários.

O que fazer?

Quem quer a vida de volta, deve confrontar o agente (médico) que lhe receitou a droga, com a pretensão de querer a vida de novo.

Como profissional honesto e responsável vai louvar o seu desejo de viver e ajudar a desintoxicar a droga rapidamente. Nesta fase de desintoxicação, aproveita-se para mudar o paradigma, senão o que deveria ser regresso à vida, torna-se regresso ao inferno que o levou aos ansiolíticos.

O QUE O DEPENDENTE DE UMA DROGA NUNCA DEVE FAZER

Quando se é dependente nunca se deve tentar a desintoxicação através de um desmame. O desmame é para os bezerros e cabritos numa fase de transição de alimento líquido para alimento sólido. Apesar de não saber de onde surgiu esta ideia, ela demonstra total ignorância em relação ao funcionamento de uma dependência. O desmame só pode resultar em quem não é dependente.  Se se é dependente existe uma compulsão física e uma obsessão mental. Estes dois componentes é que definem se a pessoa é ou não dependente de uma droga ou outra coisa que lhe provoca alteração de humor.

Qual é a diferença entre vício e dependência?

Vício é um mau hábito. Os hábitos bons ou maus rapidamente se ganham e rapidamente se perdem. Dependência traz manifestações físicas, que no caso do álcool podem levar a morte.

Porque é que nunca se deve desmamar uma droga? 

Neste caso a droga chama-se benzodiazepina, mas poderia chamar-se heroína, álcool ou outra qualquer.  A benzodiazepina, com o vulgar nome de calmante, é sem dúvida a mais poderosa de todas as drogas feitas pelo homem, nada nem ninguém tem tanta gente dependente. Gosto especialmente dela pelo poder e habilidade com que dominou o mundo moderno. Criada há seis décadas, destinada a viver trancada no cofre forte das urgências dos hospitais psiquiátricos, hoje o seu crescimento, uso e abuso perdeu o controlo. Com mais de mil nomes comerciais também se pode encontrar dissimulada em quase todas as formas farmacêuticas. Desde o xarope para a tosse, vendido em qualquer supermercado até a analgésicos de venda livre. Fico especialmente triste quando me deparo com a ignorância de se tentar fazer braço de ferro com o poder responsável pela maior legião de zumbis alguma vez vista no planeta terra.

Com esta rápida visão do poder desta droga, vamos perceber porque o desmame é agressivo para o organismo e muitas vezes com lesões irreversíveis.

Um organismo dependente reconhece-se pela compulsão física. O que é compulsão física? Compulsão física são manifestações físicas reclamando a falta de algo de que o organismo é dependente. Em certos casos pode levar a morte.

Como atua a compulsão?

Só um exemplo

Atenção:  o que vou declarar aqui refere-se à 1ª tentativa de desintoxicação de uma benzodiazepina. Não me responsabilizo se usar esta informação para fazer uma desintoxicação desta poderosa droga. Quem o fizer sem ajuda não tem noção do que foi transmitido aqui.

Quando a droga perde a sua ação começa-se a entrar num estado de ansiedade (sem perigo de vida). A ansiedade aumenta gradualmente com algumas oscilações até às 72 horas após ter terminado o efeito da última toma. Quando a benzodiazepina tem uma duração longa, pode se substituir por uma de ação rápida e de curta duração, durante 3 dias antes de fazer a desintoxicação. Após as 72 horas, o organismo continua a reclamar a droga, cada vez com menos intensidade até que ao final de alguns dias a compulsão desaparece definitivamente. Normalmente no 15º dia já não há qualquer manifestação.

Agora vejamos o que acontece quando se faz um desmame.

Quem faz um desmame além dos muitos riscos que corre, algumas lesões podem ser irreversíveis e em caso de recaída a vida torna-se um tormento.

Como em caso de falta de droga, a compulsão manifesta-se com o seu pico máximo às 72 horas. Cada vez que se reduza o consumo vai iniciar-se um novo ciclo de compulsão em cima de um que já começou há 24 horas atrás para ter o seu pico máximo de ansiedade às 72 horas. Como com ansiedade ou não o usuário continua a baixar a dose, novos sintomas aparecem para que seja reposta a droga. E assim cria-se um inferno totalmente descontrolado. Se o corpo é jovem e forte, além de muito debilitado, pode recuperar quase totalmente a vitalidade, mas na maioria dos casos ficam abertas condições para várias doenças graves.

O que fazer se iniciar erradamente um desmame e não conseguir mais aguentar a compulsão física? Volto à dose inicial?

Infelizmente muitos são as vezes que isso acontece, o ideal seria fixar nessa dose droga, mas em muitos casos isso é impossível. Só mesmo perante cada caso poderão ser analisado os estragos. Se retomar a dose inicial e se organismo estiver muito deteriorado pode entrar num estado de zumbi.

Resumindo se não dorme, não caia na asneira de procurar uma droga para ser sedado. Analise com cuidado o que se está a passar na sua vida. A maior parte das vezes basta não ouvir mais noticias para dormir bem. Eu não vejo telejornais há 20 anos e não é por isso que não sou uma pessoa informada. Tomar uma droga não resolve o problema.

Se está ansiosoparabéns chegou a hora de brilhar! Não procure drogas para não sentir a vida. Além de adiar a vida, sem saber se está cá amanhã,  o tempo não vivido jamais será recuperado. Procure ajuda honesta e responsável, mude o paradigma e torne-se num alegre e feliz surfista da vida. O seu destino é surfar.

António Fernandes

Transtorno Obsessivo Complusivo

Este talvez seja o transtorno mais difícil de explicar.

Vamos começar a descrever os seus principais sintomas e depois tentar explicar o funcionamento mental do indivíduo com este transtorno.

O Toc é conhecido como transtorno das manias. Mania de limpeza é a mais característica, mas ela pode se expressar de muitas outras maneiras. Mania de ordem (a pessoa precisa arrumar as coisas e colocá-las em ordem, manias de colecionador, superstição (pessoas que precisam bater três vezes na madeira, que só saem com seus amuletos, têm medo do azar e fogem de gato preto), mania de contar as coisas, fazer contas com as chapas de carro, mania de trancar e reverificar se trancou as portas e praticamente todas as outras manias, hábitos (não vícios) que você possa imaginar.

Manias

A mania fica caracterizada como doença, como transtorno, quando a pessoa tem a necessidade de repetir os seus atos de forma compulsiva, repetidamente. Ou seja, a pessoa não consegue se controlar; o ato não depende de sua vontade: ela faz sem querer ou sem perceber, ou ainda não consegue impedir o ato pela sua vontade. Daí o nome compulsivo, obrigatória. Aliás, todas as formas de repetição compulsiva podem ser caracterizadas como “manias”.

As pessoas

As pessoas que têm estes sintomas costumam ter uma personalidade muito própria. São pessoas extremamente escrupulosas (têm uma preocupação na mente de não provocar problemas), costumam ser formais e distantes no relacionamento, frios afetivamente, podendo ou não ser pessoas arrogantes. Costumam ser autoritários quando ocupam postos de liderança, e temerosos e tímidos quando não estão nesta posição. Intimamente, são medrosos, embora não admitam, fazendo um tipo de fortes. Não costumam ser sociáveis, tendo poucos amigos, dependendo do grau da neurose. Têm um comportamento normalmente calmo ou retraído, mas às vezes têm explosões que podem ser surpreendentes e até assustadoras (pela agressividade e violência). São pessoas metódicas, às vezes exageradamente perfeccionistas, sendo que alguns são muito insistentes, embora a maioria desista com facilidade. Costumam ser indecisos. Controladores, têm o sentimento profundo de que, se não cuidarem de forma adequada das pessoas e situações à sua volta, algo de ruim deverá acontecer, e vivem a ilusão de que estão controlando estas situações (pelo menos quando estão equilibradas, pois a sensação de descontrole os deixa profundamente ansiosos e até emocionalmente desequilibrados).

A culpa

Têm um forte sentimento de culpa interior, embora possam não ter consciência disto e nem culpa nenhuma, e, na hora das punições e mesmo das autopunições, são exageradamente cruéis, inclusive consigo mesmos. Um caso curioso que tive no consultório há muitos anos atrás foi de um homem, na faixa dos 40 anos que se queixava de Síndrome do Pânico. Na sua quarta ou quinta consulta ele se levanta de sua cadeira, tira uma chave de fenda do bolso e diz: “Desculpe, doutor, mas não consigo ver este parafuso do interruptor inclinado. Eu preciso endireitá-lo, e depois da consulta quero esconder toda esta bagunça de fios de seus aparelhos eletrônicos. O senhor deixa as coisas em bagunça e isto me incomoda muito”. Evidentemente, em determinados momentos, todos nós passamos por quadro emocional semelhante ou temos alguns destes sintomas ou traços deste tipo de personalidade.

Porque acontece, de onde vem este quadro, é um dos grandes mistérios da psiquiatria, e existem múltiplas explicações. Uma das mais interessantes é a de Freud, que diz que estas pessoas têm sentimentos negativos, pensamentos negativos, uma espécie de tara (e normalmente relacionado a sexo e perversão), se sentem culpados e sujos por estes sentimentos, e daí a necessidade de limpar e organizar tudo como forma de diminuírem o risco do castigo de que se sentem merecedores, e para tentar compensar o sentimento de sujeira interior. Para mim, esta é uma explicação que faz muito sentido, mas aí é que eu queria acrescentar a minha visão: como vimos nas neuroses, a ansiedade é fator fundamental de sua formação.

A ansiedade ocorre por um quadro de superestimulação da mente que está reagindo aos estímulos (movimentos) externos. Por isto, nestes momentos, a mente precisa da sensação do parado, do protegido, para se acalmar e se sentir segura e tranquila. Quanto mais movimento a mente absorve, quanto mais ela se sente insegura e desprotegida, maior a sua excitação no sentido de encontrar uma proteção para esta sensação de instabilidade. Daí a necessidade de a pessoa realizar a sua compulsão, arrumar as coisas, ou de usar amuletos, pois elas trazem a sensação de calma e segurança para a mente. Mas vejam que círculo vicioso infernal: de repente algo acontece que tira esta organização, esta sensação de controle e domínio que a pessoa tem.

Isto a deixa assustada e com medo, pois se sente exposta. Passa a sentir um sentimento agressivo enorme dentro de si, que é a expressão de seu desejo que “as coisas” não tivessem saído do lugar. Mais do que isto, volta a sua agressividade interior para o agente que alterou “as coisas” da ordem que lhe alimentava a segurança. Ao sentir esta agressividade interna, passa a se sentir culpada deste sentimento e, de forma inconsciente, volta a agressividade contra si mesma de forma real ou imaginária. Aí aparecem os pensamentos negativos, que são chamados de obsessões, e a sensação de que algo de ruim vai acontecer. Precisam se proteger, desejam a ordem, e brigam ainda mais por ela, aumentando a sua agressividade, sua culpa, os pensamentos negativos, o medo, a compulsão, a briga, a agressividade, e assim vai. Para resumir a conversa, quanto maior o sentimento de insegurança, maior a intolerância (irritação, impaciência) para com o movimento, maior a agressividade, a culpa e, consequentemente, a ansiedade, que aumenta a insegurança, que vai gerar a compulsão. Ou seja, o ato físico que vai trazer uma sensação de alívio momentâneo, mas acaba aumentando a sensação de insegurança pela impossibilidade de realizar completamente a compulsão. A obsessão é o pensamento negativo que se repete. A compulsão é o ato físico que devolveria a segurança para a pessoa.

Fonte: http://www.ansiedade.com.br/transtornos/t-o-c/

As diferenças entre ataque de ansiedade e ataque de pânico.

Saber a diferença entre um ataque de ansiedade ataque de pânico,é mais do que uma questão de semântica. O conhecimento pode moldar o curso de sua saúde mental.

Se você não sabe qual está tendo, será difícil encontrar o tratamento adequado ou desenvolver habilidades úteis para enfrentá-lo. E pode perder tempo abordando problemas errados.

Então vamos começar a diferenciá-los.

1- Ataque de ansiedade

Ataque de ansiedade” é, na verdade, um termo coloquial criado  para descrever períodos intensos ou prolongados de ansiedade.

Um ataque de ansiedade é mais intenso do que um mero sentimento de ansiedade, pode durar entre minutos e horas, mesmo dias e semanas.

Mas não é tão intenso quanto um ataque de pânico.

2- Sintomas do Ataque de Ansiedade

Geralmente, carrega um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Inquietude
  • Sentindo-se no limite
  • Sendo facilmente cansado
  • Dificuldade em concentrar
  • Irritabilidade
  • Tensão muscular
  • Dificuldade em controlar preocupações
  • Problemas de sono (dificuldade em iniciar o sono, de se manter dormindo, ou sono inquieto e insatisfatório)

O terapeuta Ginger Poag definiu um ataque de ansiedade como “um periodo de apreensão sobre possíveis eventos futuros”. Às vezes, um ataque de ansiedade é o prelúdio de um ataque de pânico.

Ao contrário dos ataques de pânico, os ataques de ansiedade não são necessariamente sinais de transtorno de ansiedade.

A ansiedade é uma resposta natural a certos estímulos ou situações, e os ataques de ansiedade são apenas formas mais intensas dessa emoção.

3- Ataque de pânico

Os ataques de pânico são fáceis de definir porque existe um consenso clínico sobre a definição.

“Um ataque de pânico é um episódio súbito de medo intenso que desencadeia reações físicas severas quando não há perigo real ou causa aparente”.

4- Sintomas do Ataque de pânico

Assim como o ataque de ansiedade, geralmente têm pelo menos alguns dos seguintes sintomas:

  • Sensação de ameaça ou perigo iminente
  • Medo de perda de controle ou morte
  • Freqüência cardíaca rápida e pulsante
  • Sudorese
  • Tremendeira
  • Falta de respiração ou aperto na garganta
  • Arrepios
  • Ondas de calor
  • Náusea
  • Cólica abdominal ou diarréia
  • Dor no peito
  • Dor de cabeça
  • Tonturas ou fraqueza
  • Sensação de entorpecimento ou formigamento
  • Sensação de irrealidade ou alienação

Estes sintomas geralmente duram 10-15 minutos. Às vezes, a pessoa que está passando pelo ataque, pensa que está tendo um ataque cardíaco.

Com ataques de pânico, as pessoas geralmente sentem uma sensação de ameaça imediata. Isso faz com que eles sintam desespero e peçam ajuda, tentando escapar da dificuldade em que estão.

Às vezes, as pessoas só têm um ou dois ataques de pânico em suas vidas. Eles geralmente ocorrem sob grandes quantidades de estresse ou pressão.

A ocorrência repetida de ataques de pânico geralmente é um sintoma de transtorno de pânico. Se você tiver esse problema, considere trabalhar com um profissional de saúde mental.

Certos eventos traumáticos podem, eventualmente, fazer com que alguém desenvolva transtorno de pânico.

5- Ataque de ansiedade x Ataque de pânico

Fizemos um quadro resumo para que você possa comparar as principais diferenças entre os ataques.

diferença entre ataque de ansiedade e ataque de pânico

 

Por que precisamos nos certificar de que as pessoas compreendam a diferença?

As pessoas que lidam com ataques de ansiedade ou ataques de pânico muitas vezes cometem erros ao dizer que ambos são a mesma coisa.

Alguns sofrem de ataques de pânico, mas usam o termo “ataque de ansiedade” para descrever seus sintomas e vice-versa.

Esta confusão é a razão pela qual potenciais clientes de terapia e outros sofredores de ansiedade, precisam se educar ou trabalhar com um especialista em ansiedade.

Se você não entender os termos e suas diferenças, você pode acabar tratando um transtorno de pânico que você realmente não possui.

No pior dos casos, você pode tornar-se dependente de uma medicação que não precisa. É por isso que é vital procurar informações sobre sua condição específica e trabalhar com alguém que conheça os desafios que a condição apresenta.

Equipe FalaFreud

Fonte: https://www.falafreud.com/blog/diagnosticos/ataque-de-ansiedade-e-ataque-de-panico/

Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)

O transtorno obsessivo compulsivo (TOC) caracteriza-se por dois tipos de manifestações: as obsessões ou idéias obsessivas e as compulsões ou rituais compulsivos. As obsessões são idéias ou imagens que vem à mente da pessoa independente de sua vontade repetidamente. Embora a pessoa saiba que são idéias suas, sem sentido, não consegue evitar de pensá-las. São freqüentes idéias relacionadas a religião, sexo, duvidas, contaminação, agressão (por exemplo, a pessoa tem idéias repetidas de que suas mãos estão contaminadas por ter tocado em objetos “sujos”). As compulsões são atos ou rituais que o indivíduo se vê obrigado a executar para aliviar ou evitar as obsessões. Se a pessoa não executa o ato compulsivo ela fica muito ansiosa. Os rituais são repetidos numerosas vezes, apesar da sensação que a pessoa tem de que não fazem sentido. Compulsões freqüentes são lavar as mãos, verificar se a porta está trancada ou a válvula do gás está fechada, questionar uma informação repetidamente para ver se está correta, executar minuciosamente uma série pré-programada de atos para evitar que aconteça algum mal a alguém, contar ou falar silenciosamente. Tanto as obsessões como as compulsões ocupam uma boa parte do tempo da pessoa, prejudicando ou dificultando seu dia a dia.

Como a própria pessoa reconhece que seus pensamentos ou atos são sem sentido, ela procura disfarçar tais manifestações, evitando conversar sobre esse assunto e relutando em procurar auxilio médico psiquiátrico.

O transtorno obsessivo compulsivo inicia em geral no fim da adolescência, por volta dos 20 anos de idade e atinge cerca de 2 em cada 100 pessoas. A doença pode se manifestar em crianças também. Em geral a doença evolui com períodos de melhora e piora; com o tratamento adequado há um controle satisfatório dos sintomas, embora seja pouco freqüente a cura completa da doença.

Muitos portadores de TOC apresentam também outros transtornos como fobia social, depressão, transtorno de pânico e alcoolismo. Alguns transtornos mentais como a tricotilomania (arrancar pelos ou cabelos), o distúrbio dimórfico do corpo (idéia fixa de que há um pequeno defeito no corpo, em geral na face) e a síndrome de Tourette (síndrome dos tics) parecem estar relacionados ao TOC.

Pesquisas recentes mostram que o TOC é uma doença do cérebro na qual algumas áreas cerebrais apresentam um funcionamento excessivo. Sabe-se também que o neurotransmissor serotonina está envolvido na formação dos sintomas obsessivo-compulsivos. Acredita-se também que as pessoas que tem uma predisposição para a doença, reagem excessivamente ao stresse. Tal reação consiste nos pensamentos obsessivos, que por sua vez geram mais stresse, criando assim um circulo vicioso.

Fonte: http://www.saudemental.net/transtorno_obsessivo_compulsivo.htm

Transtorno de Pânico

Em crianças e adolescentes, o Transtorno de Pânico é definido, assim como em adultos, pela ocorrência repetida de ataques de pânico e medo de ter novos ataques. Apresentando ataques de pânico espontâneos, ansiedade antecipatória e evitação fóbica, as crianças e adolescentes podem enfatizar mais os sintomas somáticos ou expressar o pânico como ansiedade de separação aguda. O pico de início é entre 15 e 19 anos, sendo incomum antes da puberdade. Pacientes nessa faixa etária podem ter menor capacidade de avaliar seus sentimentos e suas sensações e podem não associar a ocorrência de sintomas físicos à vivência subjetiva de ansiedade, o que dificulta o diagnóstico14. Ataques de pânico isolados não são raros nesse período do desenvolvimento, no entanto, apenas os ataques recorrentes que causam prejuízo significativo no desenvolvimento do paciente devem ser sugestivos de Transtorno de Pânico.

Transtorno de Ansiedade Generalizada

O Transtorno de Ansiedade Generalizada, em crianças e adolescentes, é caracterizado pela presença de medo ou preocupações excessivas e de difícil controle com sua competência e com a qualidade de seu desempenho em eventos da rotina, mesmo quando não estão sendo avaliados, além de preocupação excessiva com eventos catastróficos e inclui pelo menos um sintoma somático (inquietude, fadiga, tensão muscular, irritabilidade, dificuldades de atenção, insônia) por pelo menos seis meses. Crianças e adolescentes com Transtorno de Ansiedade Generalizada estão mais predispostos do que crianças sem transtornos de ansiedade a relatar dor no peito, sensações estranhas ou irreais, coração disparado, dor de cabeça ou sensação de dor no estômago15. Apresentam tendência a ser perfeccionistas e inseguros e exigem constante garantia sobre seu desempenho.

Em adolescentes, envolve história de irritabilidade e ansiedade crônicas. As crises podem ser desencadeadas por pressões sociais, mudanças na vida e novas situações ou demandas de desempenho usualmente acadêmicas. Alguns adolescentes podem chegar a agredir familiares durante a expressão explosiva da ansiedade e frustração16.

O início costuma ser lento e insidioso e os pais têm, muitas vezes, dificuldades em precisar quando começou e relatam que foi agravando-se até se tornar intolerável, ocasião na qual procuram atendimento17,18. Durante o curso do transtorno, o foco pode mudar de uma preocupação para outra19.

Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia Social

O Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia Social caracteriza-se por medo acentuado e persistente de situações sociais ou de desempenho, nas quais a criança ou adolescente pode sentir inibição e timidez exageradas. O medo e a ansiedade são entendidos como parte normal do desenvolvimento da criança, no entanto, o termo fobia não se refere aos medos normais, mas a um medo irracional, invariavelmente patológico e exagerado20. A Fobia Social tem início insidioso em uma fase intermediária da adolescência12,21, mas há relatos de início em crianças de até oito anos de idade, às vezes emergindo a partir de um histórico de inibição social ou de timidez na infância22.

Crianças e adolescentes com Fobia Social referem um intenso desconforto em uma ampla variedade de situações que, em geral, acontecem diariamente. Esse desconforto é caracterizado por sintomas somáticos de ansiedade, como tremores, sudorese, palpitações, falta de ar, calafrios, ondas de calor. Além disso, a ansiedade pode se manifestar na forma de crises de choro, acessos de raiva, irritabilidade ou imobilidade23. Devido à ansiedade exagerada diante de situações sociais, esses pacientes são levados a evitá-las, o que impede o desenvolvimento de habilidades sociais, tornando-os pessoas isoladas e solitárias.

Ao contrário dos adultos, as crianças com Fobia Social, em geral, não têm a opção de evitar completamente as situações temidas e podem ser incapazes de identificar a natureza de sua ansiedade5, apresentando declínio no rendimento escolar, fobia escolar, déficits em habilidades sociais, baixa autoestima ou esquiva de atividades sociais e de amizades adequadas à idade24,25. A Fobia Social na infância e adolescência tem sido associada com importantes prejuízos sociais, ocupacionais e familiares, além de predispor ao uso de drogas e ao desenvolvimento de depressão e de outros transtornos de ansiedade na vida adulta21,26,27,28.

Referências:

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Fonte: http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=2437

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