As fitas gravadas dos pais
Uma das razões pelas quais a maioria das pessoas confunde as fontes da felicidade são as chamadas fitas gravadas dos pais.
Estas são as mensagens daqueles que mais nos influenciaram durante a nossa infância. Chegamos a este mundo cheios de perguntas, e as respostas que recebemos, desde muito cedo, ficam gravadas na nossa memória.
Essas fitas tocam dentro de nós o dia inteiro e a noite toda, mesmo quando dormimos. Uma das perguntas que mais nos fazemos é: «O que me vai Fazer Feliz?”.
A maioria das respostas que recebemos quando crianças não foram transmitidas a nível verbal, mas a nível da linguagem não verbal.
Linguagem não verbal
Aprendemos mais através do que vemos, do que daquilo que escutamos. Se observarmos os nossos pais preocupados, aprendemos a preocupar-nos.
Se os vemos discutir por causa de dinheiro, aprendemos que este é essencial felicidade. Se percebemos quer nas suas palavras, quer na sua linguagem corporal e expressão facial uma super dependência das outras pessoas, concluímos que estas podem fazer-nos felizes.
Se ouvimos acusações do tipo: “é de enlouquecer!“ concluímos que os outros também a nós nos podem enlouquecer. Aparentemente, eles podem fazer-nos felizes ou infelizes, tristes ou alegres, seguros ou inseguros.
Ou talvez tenhamos assimilado o velho ditado: “Quem tem saúde tem tudo”.
Houve um tempo em que eu me julgava um pensador independente. Mas, à medida que envelheço, percebo como essas fitas gravadas de meus pais fazem parte de mim e da minha vida. Tenho de as rever e reformular permanentemente.
Fonte: Retirado do livro- “Felicidade: um trabalho interior” de Jonh Powell, sj