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Vamos falar sobre a zona de conforto.

Muitas são as cartas de agradecimentos recebidos diariamente daqueles que por todo mundo, procuram uma solução para os seus problemas. Para com todos partilho as minhas humildes experiências, resultado de uma pesquisa de mais de 20 anos, sobre os motivos que levavam os seres humanos a perderem a alegria e o poder com que chegam a este mundo, transformando-se em seres insípidos, que ora são vítimas ora agressores.

Sinto que tenho a função de divulgar os novos conceitos adquiridos com a experiência vivida tanto pessoal como com centenas de indivíduos de ambos os sexos; de todas as raças e credos assim como extratos sociais. São experiências de profundas metamorfoses que acompanham desde a ruína; “o fundo do fosso” até a mudança ou recuperação.

O “fundo do fosso”  (zona de conforto) é um fosso em que a única saída é para cima, para a luz. Não importa se é depressão ou cancro, se é alguém que vive dependente de “Calmantes” ou de outra droga qualquer ,seja ela para a diabetes ou para a tiróide; sempre que se caminha em círculos escava-se o fosso. Cada individuo tem o seu. Pouco importa onde um individuo se encontra; esse não é o problema… O problema é saber se o individuo quer sair embora reclame e lamente a situação, poucos são os que querem sair, embora afirmem o contrário …

Aproveito para contar uma História que já a ouvi, há algum tempo e que lhe vou dar o meu toque pessoal; e demonstra bem como somos e como nos agarramos à zona de conforto.

Leu bem como SOMOS….. Embora muitos não queiram enxergar TODOS TEMOS ESTA CARACTERÍSTICA. E a zona de conforto é comum a todos nós. 

Então lá vai a História:

Numa radiante manhã de sábado o Pedro pega num pequeno farnel e propõe-se fazer uma incursão pelo interior Alentejano. Há muito que o pensava fazer e aproveitou este fim-de-semana de início de primavera, antes que as temperaturas tórridas tornassem o passeio num inferno. Já passava do meio-dia, quando na deserta planície alentejana se vislumbra ao longe, um posto de combustível. O Pedro, que já começava a sentir alguma ansiedade, por não ter avistado uma casa à muitos quilómetros e não se ter cruzado com outros veículos, aquela visão trouxe de novo a paz, e o prazer do passeio. Embora tivesse atestado na véspera e o tanque estivesse acima de meio, o Pedro, decidiu aproveitar para parar, desentorpecer as pernas, e atestar o tanque de gasolina.

Estacionou na posição correta; saiu do carro, e num alpendre em frente, um homem de barba grisalha, mal tratada, de chapéu velho de palha, que quase lhe cobre cara, acompanhado por um enorme Rafeiro Alentejano, acena com o sinal que pode abastecer. Depois de calmamente abastecer sem pressa usufruindo da calma do sítio, em contraste com a correria desenfreada da capital; o Pedro dirige-se ao senhor que ainda não tirou o chapéu de cima dos olhos com o dinheiro para pagar a importância referente ao combustível abastecido. Enquanto se aproxima apercebe-se que o enorme Cão Rafeiro Alentejano, solta latidos de dor, exprimindo no olhar um grande sofrimento. Sentindo-se extremamente perturbado com aquele cenário de amargura, e perante a frieza do individuo que nada fazia para o minimizar, o Pedro tenta chamar a atenção; perguntando se aquele belo animal, está doente. Perante a questão o gasolineiro movendo a palha de um canto para o outro da boca, respondeu demonstrando algum incomodo:

“Não está nada doente”…

– “Mas ele está em sofrimento” retorqui-o o Pedro. “UF”- responde o gasolineiro não escondendo o desagrado. -“Mas é preciso fazer alguma coisa”- continua o Pedro, também já indignado com a preguiça e frieza do gasolineiro. Responde já zangado o Gasolineiro – “O melhor é senhor não se meter nisto”.. Mas o Pedro um defensor dos direitos dos animais, fica indignado e avança para o gasolineiro que agora se endireita na cadeira, levanta o velho chapéu de palha com a mão esquerda lentamente deixando ver os olhos verdes azeitados, que brilham de uma forma especial, numa calma Brejeira.

– O senhor não ligue este cão é muito preguiçoso;

– “Mas ele está em sofrimento” afuroa o Pedro.

– Já lhe disse para não ligar – continua o gasolineiro, com a velha calma alentejana; é somente preguiça

– Veja bem o Senhor – continua o gasolineiro- este cão com quase 80 quilos está deitado em cima de uma tábua que tem um enorme prego espetado. A dor que provoca o sofrimento é o prego a enterrar-se na carne, mas enquanto a preguiça for maior que o sofrimento ele não sai de cima do prego.

Mas não é só este cão que é assim …há mais… diz o gasolineiro, esboçado um sorriso malandro.

É verdade há mais…

Quantos conhecemos com as vidas em grande sofrimento, que continuam a fazer o que lhes incute dor e sofrimento. Às vezes até pedem ajuda; mas quando se fala em mudar, a preguiça é maior que a dor.

Existe uma infinidade de formas de recuperarmos a alegria que nos foi roubada na infância. Com a boa intenção de nos prepararem para o mundo.

Não adianta gemer é preciso sair da zona de conforto.

Obrigado

António 

Revisto a 03 de Maio de 2021

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